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"A Diabetes Mellitus tipo 1 é uma doença crónica, que pode surgir em idades muito jovens e resulta dum processo de destruição autoimune do pâncreas..."

O que é

A Diabetes Mellitus tipo 1 é uma doença crónica, que pode surgir em idades muito jovens e resulta dum processo de destruição autoimune do pâncreas (órgão produtor de insulina endógena) pela formação de anticorpos anti-ilhéus Beta produtores de insulina; anti GAD e anti- insulina. Resulta num défice permanente de insulina, só tratável com insulina exógena.»

A Insulina

A produção de insulina ou dos seus análogos, sofreu grandes avanços ao longo das últimas décadas, existindo atualmente uma grande variedade de insulinas no mercado, sendo as mais modernas, análogos sintéticos da insulina, mais eficazes, com francas vantagens em relação ás insulinas humanas anteriores, e que podem ser comercializados sob a forma simples ou em combinações fixas, com percentagens variáveis de insulina lenta (basal) com duração cerca de 24 horas - e insulinas rápidas, com duração entre 4 a 6h. Existem atualmente também insulinas ultralentas com duração de cerca de 48h.

A administração das múltiplas insulinas comercializadas pode ser subcutânea, endovenosa ou em bombas de insulina (análogos da insulina de ação rápida).

A Diabetes

A Diabetes tipo 2, é a mais frequente (cerca de 90% dos diabéticos), surge na idade adulta, sendo muitas vezes de transmissão hereditária, embora a sua etiologia seja multifatorial e muito relacionada com os maus hábitos alimentares, sedentarismo e com o excesso ponderal. Coexiste frequentemente com outros fatores de risco cardiovascular, nomeadamente: hipertensão, dislipidemia (hipercolesterolemia; hipertrigliceridemia), hiperuricemia, obesidade e tabagismo. O processo inicial traduz-se na resistência periférica à insulina (insulinoresistência), evoluindo progressivamente, ao longo dos anos, para uma insulinopénia cada vez mais marcada.

Existem ainda outras formas de diabetes, como a diabetes gravídica, que surge durante a gravidez, a diabetes secundária a fármacos ou doenças mais ou menos raras e ainda outras das formas identificadas mais recentemente como MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young-1 a 2% DM) e LADA (Diabetes autoimune latente do adulto-2 a 12% DM tipo 2).

Sintomas mais frequentes

A tríade de Virshow (3P) que caracteriza a Diabetes Mellitus traduz-se em: polidipsia, poliúria e polifagia, isto é, a sintomatologia típica do doente diabético que começa com: muita sede, diurese aumentada e muita fome. Isto resulta do facto dos hidratos de carbono ingeridos, ao serem digeridos e absorvidos pelo tubo digestivo, entrarem em circulação sob a forma de glicose que não entra para as células pelo défice de insulina, mantendo- se a hiperglicemia, sendo a glicose excretada pelo rim – glicosúria - e fazendo com que os doentes percam peso, quando não tratados.

As infeções fúngicas e bacterianas, em particular as genito-urinarias e respiratórias, surgem frequentemente quando os doentes estão descompensados da DM.

O atingimento sistémico, multiorgânico resulta nas complicações microvasculares (Retinopatia, neuropatia, nefropatia) e macrovasculares (cardíacas, cerebrais e grandes vasos, doença arterial periférica). Na verdade, todos estes órgãos podem ser atingidos de forma progressiva associando-se quadros clínicos variados, resultantes do órgão atingido (perda de visão, alterações da sensibilidade - luva e meia -, doença renal cronica, angina de peito / enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica - DAP). Esta última tardiamente, pode terminar na amputação de dedos pés ou membros inferiores, uma das complicações mais debilitantes e traumatizantes da Diabetes Mellitus.

Diagnóstico

Face às queixas do doente que nos fazem suspeitar de DM (tríade 3P), o diagnostico é laboratorial: glicemia em jejum, HgA1c e PTGO na diabetes gravídica. Podem-se pedir ainda aos anticorpos específicos da “insulinite” na Diabetes tipo 1, Anti GAD(Autoanticorpos antidescarboxilase); Anti ICA(Autoanticorpos anti-ilheus), IAA(Autoanticorpos anti-insulina e doseamento do péptido C e da insulinémia.

Tratamento

O tratamento da Diabetes baseia-se em 3 premissas:

  1. Dieta diabética fracionada com restrição de hidratos de carbono, personalizada de acordo com características especificas de cada individuo.
  2. Exercicio físico adequado e personalizado.
  3. terapêutica médica: antidiabéticos orais (ADO):
  • Fármacos de primeira geração:
    • a) Insulinosensibilizadores: biguanidas - ex: metformina e glitazonas – ex: pioglitazona
    • b) Insulinosecretores: sulfonilureias – ex: gliclazida; meglitinidas – ex: nateglinida
    • c) Inibidores da absorção intestinal da glicose – ex: acarbose
  • Fármacos de nova geração:
    • d) Inibidores da SGLT 2 e inibidores da SGLT1+2
    • e) Análogos recetores GLP1 (administração subcutânea e mais recentemente oral).

Estas 2 últimas classes constituem uma grande esperança e inovação no tratamento da DM pelos benefícios, não só metabólicos, mas também cardiovasculares e renais.

Quando a doença não está compensada com ADO, a insulinoterapia é a etapa seguinte na terapêutica da DM tipo 2.

Na Diabetes tipo 1, insulinodepente, a insulina é a terapêutica indicada, que impede o desfecho final fatal, que conduziu tantos doentes á morte há cerca de 100 anos, quando a mesma ainda não existia, traduzindo-se numa das maiores descobertas da humanidade, por Banting e Best, ambos PREMIOS NOBEL da Medicina no seculo XX.

Prevenção

Os outros sintomas são a dor abdominal de intensidade e duração variável, as alterações do funcionamento do intestino, quer a obstipação quer a diarreia, ou a alternância das duas (e daí a designação de colite seca ou húmida (consoante haja obstipação ou diarreia) e a distensão abdominal que se acentua durante o dia (barriga inchada).

Diagnóstico

A alimentação equilibrada e fracionada (6 a 8 refeições por dia), associada a atividade física regular (Marcha 30-60 min/dia ou Ginásio 3 x semana) e a um IMC (índice de massa corporal) próximo dos 22- 25, são os aspetos principais da prevenção da DM tipo 2. Mesmo que o património e carga genético existam, a doença pode nunca se manifestar, se o individuo cumprir estas medidas de prevenção básicas.

Cirurgia Metabólica

A cirurgia da obesidade, também denominada metabólica, constitui a última “arma“ terapêutica para a obesidade mórbida (IMC 35-40), associada ou não á DM e outros fatores de risco cardiovascular. Utiliza-se quando nenhuma outra terapêutica médica é eficaz e pode ser “life saving” pelo elevado risco de morte cardiovascular associada á obesidade mórbida e pelas comorbilidades habituais: hipertensão, DM, Hipercolesterolemia, sedentarismo, tabagismo, doença coronária, doença vascular cerebral, síndrome apneia de sono (SAOS) , etc.

Existem varias técnicas cirúrgicas atualmente disponíveis: cirurgia gástrica de Bypass, Sleeve e banda gástrica , cada uma com caraterísticas e resultados diferentes. Quando utilizadas de forma individualizada e adequada a cada doente, aumentam de forma significativa a sobrevida e melhoram o prognostico destes indivíduos, que doutra forma seria sombrio e reservado.

 

 

Especialista em Medicina Interna na Clínica São João de Deus
Ana Ribeiro da Cunha,

10 de março de 2021

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